Curso Livre de Arqueologia do Brasil UFAM
Blog | 146 | 07/07/2020
Gente estou fazendo virtualmente do CURSO LIVRE DE ARQUEOLOGIA AMAZÔNICA naUF do Amazonas e continuando com meus vídeos que posto toda terça-feira para falar sobre a história do Brasil, hoje o tema será:
ARQUEOLOGIA NO BRASIL
Arqueologia é o estudo da presença humana, busca o passado não escrito, através da cultura material, dos lugares sagrados, pois estes tiveram um significado na vida e na cultura daquelas pessoas em outra época. Qualquer localidade que apresente evidências de presença anterior, ou influencia de seres humanos, é muito importante para essa área de estudo.
Nas paisagens e sítios arqueológicos do Brasil, podemos aprender muito sobre os antepassados do Continente e sobre o passado dos indígenas. Temos exemplos de sítios arqueológicos importantes em todas as regiões do Brasil: os Megalitos de Calçoene, no Amapá, as Pinturas Rupestres em Monte Alegre (no Pará) e na Serra da Capivara (no Piauí), os Geoglifos no Acre (que estão sendo estudados na Fazenda Paraná), Os Sítios de Terra Preta no Amazonas (localizadas no Sitio Laguinho) e Sambaquis pelo Brasil afora. Todos evidenciam a ocupação de humanos.
A quantidade de sítios arqueológicos existentes na região Amazônica é grande, demonstrando uma grande ocupação de pessoas em épocas passadas. Encontramos também Florestas Manejadas em algumas areas da floresta, ou seja, percebe-se que foram criadas propositalmente para alimentação de povos antigos, que eram em maior numero. Hoje, a população é muito pequena se comparada com a de antigamente. As estimativas mais concretas apontam que cerca de 10 milhões de pessoas viviam na Amazônia no momento da chegada dos europeus. “Só chegamos a uma quantidade de pessoas parecida com a que existia em 1499 no final do século 20 na região”.
A arqueologia na Região Amazônica do Brasil começou como um projeto para o Império – Museu Nacional do RJ criado em 1818 (antes da Independência ainda), o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (criado em 1839) e geralmente organizados por não nativos da Amazonia e ainda contando com a presence de arqueólogos estrangeiros.
No sec. XIX, Carlos Hartt, conhecido geólogo canadense-americano, conduziu os estudos dos pedaços de cerâmicas encontrados na região do Marajó e do Rio Tapajós e os comparou “como produções dos antigos oleiros da Grécia Antiga”, ou seja, fez um grande elogio. A região que compreende o rio Negro já era muito conhecida por brasileiros e estrangeiros em seus aspectos pré-históricos. A vila de Itacoatiara, próxima de Manaus, foi descrita em 1848 por sua imensa quantidade de pedras e lajes pintadas, advindo disto o seu nome de origem indígena. Anteriormente, o marechal Cunha Matos mencionou figuras de rochedos do rio Negro, bem como de tribos indígenas que conservariam vestígios fenício. No mesmo período e local, o explorador francês Mr. Bauve teria encontrado pedras gravadas ou “estátuas esboçadas (...) que atestam a existência de uma antiga civilização.” Os grafismos rupestres que ocorrem neste local são integrantes da denominada tradição amazônica, geralmente compostos por figuras humanas radiadas, gravadas próximas das cachoeiras.
Uma das características da pesquisa arqueológica desenvolvida no Brasil, durante o século XIX, foi a busca de vestígios que pudessem vincular o passado nacional às "grandes civilizações", como fenícios, vikings, chineses, incas e astecas. Foi constante a procura por ruínas e cidades petrificadas perdidas, incentivada pelas descobertas que europeus realizavam na América Central, na Ásia e na África. Inscrições e pinturas em rocha serviram a comparações com a escrita e os símbolos gráficos de povos mediterrâneos, considerados superiores do ponto de vista cultural, uma forma de preconceito, como se as culturas da América fossem incapazes de criar algo assim sem ter alguma influência do "velho mundo". Cerâmicas e artefatos também propiciavam analogias com a forma e a iconografia de objetos de outros continentes ou das Américas. O objetivo de tais pesquisas era encontrar indícios que pudessem explicar a origem do homem americano, traçando rotas de contato e de migrações do Velho para o Novo Mundo, além de identificar similaridades da língua e da cultura material entre distintos povos, de maneira a construir uma genealogia e uma cronologia de ocupação humana das Américas, conforme determinava o paradigma difusionista.
Nesse contexto, ainda foi pouco estudado até o momento: as distintas expectativas, em diferentes lugares e instituições, criadas com as descobertas arqueológicas que ocorreram na segunda metade do século XIX no território brasileiro. Alguns autores se preocuparam em investigar como os vestígios materiais de antigas culturas foram apropriados por instituições e intelectuais localizados em várias regiões do país, dando origem a múltiplos discursos identitários, nem sempre coerentes com as formulações elaboradas na Corte. Nos últimos 20 anos, com a decodificação do genoma humano e as novas tecnologias, muita coisa mudou nas pesquisas e falarei sobre isso em outro video.
Uma outra coisa que precisamos divulgar mais é a respeito da relação entre o Museu Nacional, principal centro brasileiro de pesquisas arqueológicas no século XIX E QUE FOI ATINGIDO POR UM GRANDE INCÊNDIO EM SETEMBRO DE 2018, e as instituições provinciais, sobretudo agremiações e museus pelo Brasil que também tentam desenvolver pesquisas e manter coleções nas várias capitais. Dentre os mais importantes museus do nosso país com acervos arqueológicos estão o Museu Nacional do Rio de Janeiro – que não sabemos quando sera reconstruído e reaberto – e temos também o Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, e o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.
Este é um exemplo de local de interesse histórico e turístico pois, para além das belezas naturais e da arte rupestre, também abriga o Observatório Astronômico de Calçoene, a “Stonehenge brasileira”. O peso de cada megalito pode chegar a 4 toneladas, atingem uma altura de 2,5 metros e estão firmemente fixados ao solo. Trata-se do Parque Arqueológico do Solstício, no Amapá, município de Calçoene. Bem peculiar, pois são 127 megalitos em um círculo de 30 metros de raio – e as pedras, talhadas, apontam os astros, mostram a variação destes nas estações, orientam o povo quanto ao clima, à aproximação das chuvas, ao final do ciclo grande (o ano solar). A área foi descoberta pelo zoólogo suíço Emílio Goeldi no final do século XIX e desde então vem sendo pesquisada. Sobre as pessoas que viveram por lá antigamente, muitas teorias foram feitas e no entanto, nenhuma se confirmou. A mais atual (e com maior possibilidade de comprovação) é de que o sítio arqueológico tenha origem em tribos amazonenses, pois foram encontradas cerâmicas específicas, semelhantes às de Marajó... No Amapá existem 200 sítios pré-históricos dos quais 30 apresentam megalitos e curiosamente ainda pouco conhecido como atrativo turístico. Estas são viagens para quem curte a natureza e quer aprender mais sobre o passado da nossa terra.
Uma breve introdução sobre nossa pré história e sítios arqueológicos do Brasil.
Encrustada nessa grande formação rochosa há uma antiga caverna que abriga pinturas rupestres, artigos de cerâmica e outros artefatos deixados há milhares de anos atrás, por volta de 12 e 15 mil anos! Localizado a 140 km da Capital de Roraima (Boa Vista), o Sítio Arqueológico Pedra Pintada vale a pena ser visitado. As visitas são organizadas pela Reserva Indígena São Marcos. O nome do local deve-se ao fato de ter um paredão de granito altaneiro, repleto de pinturas rupestres, algumas destas alcançando até mesmo cerca de 15m de altura. Em torno da Pedra Pintada encontram-se outros blocos de pedra de menores proporções, também com desenhos variados, todos gravados em pigmento vermelho vivo. A pedra pintada é um dos muitos lugares misteriosos que o Brasil acolhe em seu vasto território e é de grande importância na pesquisa arqueológica e compreensão do passado de nossa terra.
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